A artrose (ou osteoartrite) é o desgaste da cartilagem que reveste as juntas e as articulações das mãos, joelhos, coxas, quadris e coluna. Quando gera sintomas, ela prejudica a mobilidade e provoca dores — por vezes, intensas. O lado positivo é que existem diversos tratamentos para artrose, adequados aos diferentes níveis de acometimento dos pacientes.
Neste artigo, conheça as principais abordagens farmacológicas e não-farmacológicas indicadas para quem tem essa condição. Além disso, entenda o diferencial de contar com um especialista em dor para diminuir as fortes dores que acompanham a doença.
Como é o diagnóstico da artrose?
Diagnosticar a artrose corretamente e, se possível, de maneira precoce, é o primeiro passo para um tratamento bem-sucedido e menos invasivo. Por outro lado, a falta de cuidado faz com que as dores se tornem cada vez mais intensas, comprometendo as funções cotidianas e a qualidade de vida, bem como acelerando a homeostenose (declínio progressivo da reserva fisiológica).
Ainda que a artrose acometa mais os idosos, seu aparecimento independe do envelhecimento. Algumas pessoas iniciam o processo de degeneração das cartilagens articulares antes dos 30 anos de idade. Por isso, se houver alguns destes sintomas, é preciso investigar a suspeita de artrose:
- dores nas articulações e alargamento nas estruturas ósseas mais próximas;
- perda de flexibilidade, rigidez e limitações de movimentos nas articulações, bem como estalos nas juntas;
- vermelhidão localizada e inchaço (em caso de inflamação, como ocorre na artrose erosiva).
Mas, mesmo quando não há dores ou outros sintomas perceptíveis, é possível diagnosticar a artrose por meio do exame de raio-X. Assim, basta manter o check-up de rotina em dia para identificá-la precocemente.
Quais são os tratamentos para artrose?
Os tratamentos para artrose podem ser farmacológicos e não farmacológicos, variando em função do quadro de cada paciente. O objetivo é aliviar os sintomas (dor e inchaço), retardar a progressão da patologia e proporcionar mais qualidade de vida aos portadores dessa condição.
1. Medicações orais
Medicamentos orais são indicados quando os sintomas dolorosos se restringem a episódios isolados. Na maioria das vezes, o médico prescreve ácido acetilsalicílico e analgésicos comuns.
2. Anti-inflamatórios não-esteroides
Medicamentos anti-inflamatórios não-esteroides são indicados em casos que existam inflamações. Tratam-se de medicações capazes de aliviar artroses moderadas a severas.
3. Medicações injetáveis (bloqueios anestésicos de dor)
Bloqueios anestésicos são um tipo de tratamento intervencionista indicado para pacientes com episódios frequentes de dor. Geralmente, são pessoas que já convivem com a artrose há bastante tempo, nas quais os medicamentos orais não têm mais efetividade.
O procedimento consiste na injeção de alguma medicação (anestésico, anti-inflamatório, corticoides, entre outras) no local acometido. O objetivo é eliminar ou, ao menos, reduzir consideravelmente a frequência e severidade dos sintomas. Em minha prática clínica, esta terapêutica tem promovido resultados promissores, com casos de pacientes que sentem o alívio da dor logo após o procedimento.
4. Cirurgias
Intervenções cirúrgicas são indicadas em casos mais graves e limitantes. Existem diferentes técnicas para a correção das articulações afetadas, tais como:
- sinovectomia artroscópica, para remoção sinóvia (revestimento da articulação que costuma inflamar);
- osteomia, para realinhar ossos e estruturas desviadas devido à artrose;
- artroplastia, para substituir, parcial ou totalmente, a área acometida por uma prótese;
- artrodese, para fundir dois ou mais ossos de uma articulação;
- osteoplastia, para remover e limpar o osso acometido;
- enxertos de cartilagem, para tratar artroses restritas a áreas pequenas.
Qual é a importância do especialista em dor?
O médico especialista em dor contribui para a maior eficiência no tratamento para artrose. Na prática, além dos procedimentos intervencionistas para controle da dor, ele administra a estratégia adotada, coordenando os demais especialistas (ortopedista, reumatologista, fisioterapeuta, geriatra, entre outros) em torno de um objetivo em comum: a melhora do paciente. Como o tratamento das dores crônicas é multidisciplinar, isso é fundamental.
Por que o tratamento para artrose é considerado um tratamento ativo?
O autocuidado do paciente são essenciais no tratamento para artrose. Ele precisa se comprometer a adotar um estilo de vida saudável para evitar, por exemplo, o sobrepeso e a obesidade — fatores que agravam o problema.
Assim, quando o paciente é um agente ativo no tratamento, além das medicações, ele se dispõe a:
- fazer as sessões de fisioterapia e terapias complementares, como a acupuntura;
- praticar exercícios físicos regularmente, principalmente caminhada, hidroginástica e natação, bem como exercícios de força, para trabalhar a musculatura em torno da área acometida e, assim, aumentar a amplitude de movimento;
- ter consciência postural ao andar, sentar e levantar objetos pesados;
- usar órteses (cintas e talas que imobilizam as articulações, mantendo-as alinhadas), quando necessário;
- repousar após a execução de atividades que exijam esforço das articulações.
Como mostrado, quando o tratamento para artrose é adequado, pode-se eliminar ou, ao menos, aliviar em grande parte as temidas dores. Mas para isso, além de contar com um especialista em dor, o comprometimento individual é imprescindível.
Esperamos que o artigo tenha sido bastante informativo. Caso ainda tenha alguma dúvida sobre esse ou outros tipos de dores, entre em contato!