Chega uma idade em que bastam algumas horas sentado, ou ficar tempo demais em pé, que a dor na parte inferior das costas já começa a dar sinais. O pior é que o incômodo tende a piorar: o tempo para sentir a dor vai diminuindo e a sensação ficando mais intensa. Mas como se trata de um problema relativamente comum, muita gente não lhe dá a devida importância.
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Neste artigo, mostramos por que não se deve ignorar a dor na lombar. Continue a leitura e veja os perigos de se automedicar e a importância de buscar um tratamento individualizado.
O que uma dor na lombar pode significar?
A lombar é a região que vai da última costela até o começo dos glúteos. A dor é considerada crônica quando tem duração de, pelo menos, três meses.
A lombalgia afeta grande parte da população — até 65% das pessoas anualmente e até 84% em algum momento da vida. Em relação à incidência de distúrbios dolorosos, ela perde apenas para a cefaleia – a dor de cabeça.
Apesar da popularidade, o diagnóstico não é simples. Principalmente, quando se trata de uma lombalgia mecânica comum ou lombalgia inespecífica. A investigação das causas da dor é clínica, mas as hipóteses têm que ser comprovadas por exames complementares.
Principais causas da dor na lombar
Geralmente, a lombar dói por conta da má postura e da falta de ergonomia no dia a dia. Mas seu desencadeamento e cronificação têm outros elementos, tais como:
- obesidade;
- sedentarismo;
- tabagismo;
- alterações climáticas
- fatores psicossociais;
- questões emocionais;
- depressão, entre outros.
Ela também pode ser fruto de causas médicas específicas. Por exemplo:
- cirurgias anteriores;
- fraturas;
- neoplasias (tumores),
- hérnia de disco lombar;
- reumatismos (como artroses nas vértebras lombares) ou
- doenças infecciosas, autoimunes e inflamatórias.
Sintomas da lombar inflamada
Os sintomas mais importantes da dor lombar de causa inespecífica são a própria dor e a incapacidade funcional. Quando se trata de uma causa específica, como no caso de uma artrose na coluna, com inflamação das vértebras lombares, o paciente pode apresentar vermelhidão local e inchaço.
Já na lombalgia com componente neuropático (ou lombociatalgia), as dores são bem piores. Nesse caso, além de acometer a região lombar, elas se irradiam para as pernas — só que de forma muito mais intensa, com sensação de dor desproporcional ao estímulo recebido.
Dor na lombar esquerda ou dor na lombar direita
Sentir dor na parte inferior esquerda ou direita das costas não é, particularmente, motivo de preocupação. Aliás, é comum que a dor nas costas aflija mais um dos lados.
Ela não tem a ver, necessariamente, com órgãos e estruturas que ocupem tal lado. Mesmo porque, a anatomia lombar é bem simétrica.
O que pode levar à dor na lombar esquerda ou direita é, por exemplo, uma patologia nos discos intervertebrais (em algumas pessoas, essas estruturas estão posicionadas para um lado). Um problema no rim, de um ou outro lado, também pode levar à dor lombar unilateral.
Perigos de confundir diferentes dores
A automedicação para alívio da dor é amplamente desaconselhada pelos médicos. Entre as consequências dessa prática, há o risco de a ação do remédio acabar mascarando outros problemas, levando ao agravamento do quadro individual.
Isso sem falar nos perigos de poder causar dependência, reações adversas, complicações decorrentes de interações medicamentosas (que podem anular ou potencializar os efeitos de outros remédios), etc. E, em casos mais sérios, levar à intoxicação — o que pode ser letal.
Por que é preciso tratar a lombalgia?
Se ignorada, a dor lombar leva a prejuízos na qualidade de vida e no desempenho no trabalho. Uma vez tratada, além de possibilitar o retorno às atividades habituais, diminui-se a taxa de recorrência. Ao mesmo tempo, previne-se a ocorrência de futuras limitações funcionais.
Para o tratamento ser eficaz, é preciso que seja individualizado e conduzido por um especialista em dor. Além disso, deve ser multidisciplinar, contando com o trabalho conjunto de fisioterapeutas, educadores físicos, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais.
Quais são os tratamentos para a dor lombar?
Os tratamentos para dor lombar variam conforme o diagnóstico e as condições de cada paciente. De maneira geral, afastadas as causas específicas, é possível aliviar a lombalgia por meio de:
- repouso, passando algum tempo deitado de barriga para cima, com os joelhos dobrados e os pés apoiados sobre a cama, de modo a manter a região lombar reta;
- medicação, como paracetamol, opioides e, principalmente, anti-inflamatórios não-hormonais, bem como corticosteroides e relaxantes musculares, em menor número;
- realização de exercícios aeróbicos e de fortalecimento muscular (com foco especial na área acometida);
- terapia cognitivo-comportamental (TCC), uma forma de psicoterapia amplamente usada no caso de dor lombar crônica;
- emagrecimento, no caso de quem está com sobrepeso;
- adoção de um estilo de vida saudável;
- bloqueios ou infiltrações para dor, por meio da injeção de medicamentos na coluna, em casos específicos.
Com o tratamento correto, as perspectivas de melhora da dor na lombar são animadoras. Mesmo quando ocorrem episódios de recorrência, a gravidade costuma ser bem menor. Sendo assim, com o perdão do trocadilho, não dê as costas para o problema. Busque ajuda para amenizar essa perturbação e melhore sua qualidade de vida!
Esperamos que o artigo tenha ajudado a conscientizá-lo. Para obter um diagnóstico assertivo e iniciar o tratamento, agende uma consulta com a nossa especialista!