Tem gente que, só de ouvir falar nela, já fica com medo. Mas a infiltração para dor é um tratamento com eficácia comprovada, recomendado para casos de difícil resposta à medicação oral.
Quando bem indicado e corretamente executado, é capaz de amenizar quadros de dores crônicas severas. Por outro lado, se feito de forma indiscriminada, pode gerar efeitos colaterais.
Neste artigo, a Dra. Paula Benedetti, médica especialista no tratamento da dor em Blumenau, SC, desmistifica as principais dúvidas sobre o procedimento. Continue a leitura e entenda o que é importante para realizá-lo com segurança!
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Como é realizada a infiltração para dor?
A infiltração consiste na injeção de uma medicação em algum ponto do espaço intra-articular, nos músculos, fascias, tendões e nervos. A escolha do medicamento a ser usado (seringa ou agulha) varia conforme a patologia musculoesquelética a ser tratada. Podendo variar entre:
- anestésicos, usados, principalmente, em quadros de dores crônicas;
- anti-inflamatórios, hormonais ou não-hormonais;
- derivados de ácido hialurônico, entre outros.
O procedimento é recomendado pelo médico especialista em dor somente após um diagnóstico preciso. Pode ser usado no tratamento de artroses, tendinites, bursites, dor lombar, hérnia de disco, dores miofasciais, neuralgias, etc.
Antes de começar, é feita a anestesia do local. Em casos que exigem infiltrações mais profundas ou de difícil acesso, o uso de aparelhos de imagem, como ultrassonografias e radioscopia, pode ser necessário.
Após a realização, recomenda-se repouso de horas. O efeito varia entre 90 dias a mais de um ano, dependendo do ponto tratado, da medicação infiltrada e dos cuidados pós-procedimento.
Quais são as principais contraindicações?
Existem tanto contraindicações absolutas quanto relativas. Além de problemas específicos (contraindicações relativas), a infiltração não deve ser realizada (contraindicações absolutas):
- próxima a uma área infectada ou com suspeita de infecção;
- quando há celulite periarticular (infecção bacteriana que afeta a derme e a gordura subcutânea);
- em quadros de bacteremia (como infecções do trato urinário, pneumonia, problemas decorrentes procedimentos médicos, ou dentários);
- em pacientes com distúrbios de coagulação;
- em casos de osteomielite adjacente (infecção do osso ou da medula óssea);
- em casos de endocardite bacteriana (infecção do revestimento interno do coração).
Além disso, a infiltração não pode ser feita em gestantes, em pacientes com úlceras estomacais ou naqueles com rupturas parciais de tendões.
Quais são os benefícios para casos de dor crônica?
Quando não tratadas precocemente, artropatias inflamatórias crônicas, como a artrite reumatoide, podem desencadear lesões em todos os componentes articulares. Isso aumenta as dores e provoca, até mesmo, deformidades — as quais levam à incapacidade funcional do paciente.
A infiltração para dor ajuda a prevenir ou, ao menos, retardar dos danos articulares. Inclusive, evitando, muitas vezes, a necessidade de operar o local.
O que deve ser falado para o médico na avaliação?
Sinceridade é fundamental. Quando o médico o questionar sobre seus hábitos de vida (alimentação, prática de atividades físicas, qualidade do sono, níveis de estresse, etc), responda a verdade. O mesmo vale para os sintomas e nível de dor.
Patologias conhecidas devem ser mencionadas, assim como casos de doenças crônicas na família. Se tiver exames anteriores e laudos médicos, assim como remédios de uso contínuo, leve-os à consulta.
O procedimento tem efeitos colaterais?
Se realizada de forma indiscriminada, a infiltração pode, sim, provocar possíveis efeitos colaterais. Um estudo, publicado na Revista Brasileira de Ortopedia, mostrou que, em alguns casos, houve alterações no local da infiltração, tais como:
- despigmentação da pele;
- depressão local (atrofia do subcutâneo);
- hematomas ou edemas (inchaços);
- eritema (vermelhidão na pele);
- sudorese, calor local ou generalizado;
- cãibra ou limitação dos movimentos (por conta da dor);
- reações alérgicas;
- agitação, mal-estar, febre ou desmaio.
Quando se trata de infiltração para dor, o mais importante é que a indicação esteja correta, assim como o número de sessões e o tipo de medicação. Do contrário, os resultados podem deixar a desejar.
Por isso é importante contar com um profissional que detenha o domínio da técnica. Dra. Paula, por exemplo, é formada em medicina, com residência em anestesiologia, pós-graduada em dor crônica e possui especialização em intervenção em dor.
Se bem indicada e executada com critério, a infiltração para dor é uma excelente coadjuvante aos tratamentos para patologias musculoesqueléticas. Cabe ao médico explicar os possíveis efeitos colaterais e ajudar o paciente a avaliar os prós e contras do procedimento. Para isso, tratá-lo de forma desmistificada é o primeiro passo!
Viu só como esse assunto rende? Se desejar, entre em contato pelo WhatsApp do consultório da Dra. Paula Benedetti e esclareça todas as suas dúvidas sobre infiltração para dor!