As mulheres costumam entrar na menopausa, em média, aos 48 anos de idade. Com a queda estrogênica, ocorre uma série de sintomas desconfortáveis. Entre eles, destacam-se os fogachos, a insônia, a fadiga, as alterações súbitas de humor, os prejuízos à libido, etc. Mas para além dos problemas decorrentes das mudanças hormonais, durante a menopausa elas também estão mais sujeitas ao aparecimento ou agravamento de dores crônicas.
Quer entender como ocorrem as dores na menopausa, bem como de que maneira um estilo de vida saudável pode ajudar a preveni-las? Então, continue a leitura!
Quais são as dores mais comuns após o início da menopausa?
Um estudo da North American Menopause Society mostrou que, na menopausa, as mulheres estão mais suscetíveis a sofrerem com as dores crônicas. Dores musculoesqueléticas, artralgias e dores difusas estão entre as mais comuns.
Já um estudo, publicado na revista da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, mostrou que, para a maioria das mulheres na menopausa que afirmam sentir dor, os locais de maior acometimento são a coluna vertebral, os joelhos e os ombros. Nesses casos, os sintomas são intensos, impactando no dia a dia.
Além disso, a meia-idade é uma fase em que o risco de ter doenças que causam ou agravam as dores crônicas aumenta. Prova disso é que o início da menopausa coincide, muitas vezes, com o aparecimento de doenças reumatológicas, com menor ou maior gravidade.
Como as dores da menopausa se relacionam com as dores crônicas?
A baixa hormonal ocorrida na menopausa pode agravar os sintomas de doenças pré-existentes. É o que ocorre em pacientes com artrite reumatoide, nos quais há uma piora na progressão do declínio funcional.
O mesmo se dá com as dores de cabeça — especialmente, entre mulheres que já apresentavam esse problema relacionado ao período menstrual. Assim, desde a pré-menopausa, as cefaleias já tendem a se agravar, intensificando-se até a chegada da menopausa.
Além disso, as dores também podem ter relação com doenças crônicas que, geralmente, se desenvolvem após a menopausa. Muitas vezes, as dores relatadas são concomitantes a quadros de doenças ou problemas como:
- artrite reumatoide, uma doença autoimune que leva à deformação e destruição das articulações, geralmente associada a manifestações sistêmicas como rigidez matinal, perda de peso sem motivo aparente e fadiga;
- artrose ou osteoartrite, que compromete a articulação como um todo (cápsula articular, membrana sinovial, ligamentos e musculatura periarticular);
- fibromialgia, que se caracteriza por uma dor difusa, rigidez articular, fadiga e comprometimento do sono, além de sintomas associados, tais como cefaleia, síndrome do cólon irritável, distúrbios psicológicos, entre outros;
- osteoporose, que compromete a resistência óssea e predispõe a um risco maior de sofrer fraturas (nesse caso, a deficiência de estrogênio tem relação direta com a perda de massa óssea); entre outras doenças.
Mulheres que fazem o uso de terapia hormonal (TRH) também não estão livres dos incômodos. Entre elas, as dores mais recorrentes são a dor nas costas e dor nas articulações temporomandibulares.
Como evitar ou aliviar as dores agudas e crônicas na menopausa de modo saudável?
Apesar do que muita gente imagina, não existem comprovações de que as alterações hormonais sejam as grandes responsáveis pelos sintomas da menopausa. O que se sabe, com certeza, é que algumas situações comuns ao envelhecimento contribuem para as manifestações musculoesqueléticas.
Entre elas, destacam-se, principalmente, o sedentarismo e o aumento do peso. Para evitar ou, ao menos, aliviar as dores na menopausa, recomenda-se:
- fazer atividades físicas regulares;
- se alimentar bem, sem aderir a dietas muito restritivas;
- tomar os suplementos vitamínicos indicados pelo médico;
- fazer terapia cognitivo-comportamental (TCC);
- não fumar nem beber álcool em excesso (se necessário, tratar o tabagismo e o etilismo);
- realizar um tratamento com um médico especialista em dor.
Qual é o papel das pacientes na melhora das dores?
Para a melhora ser efetiva, as pacientes precisam estar comprometidas e serem ativas nos tratamentos. Por exemplo: quem tem osteoartrite nos joelhos e está com sobrepeso precisa emagrecer. Para isso, é necessário se exercitar regularmente (focando no fortalecimento muscular, alongamento e condicionamento), e se alimentar de forma saudável.
Já quem tem fibromialgia, geralmente, precisa melhorar o condicionamento físico (por meio de exercícios aeróbicos e musculação) e tratar os distúrbios psicológicos. Além disso, é importante recuperar sua vida profissional e social.
Em ambos os exemplos, ficou claro que não basta tomar a medicação para alívio da dor. Para melhorar a qualidade de vida, é necessário aderir, também, às medidas não farmacológicas.
Assim, por mais que as dores na menopausa sejam comuns, elas não precisam ser um veredito de incapacitação. Com um estilo de vida saudável e participação ativa nos tratamentos, é possível recuperar a qualidade de vida. Nessa hora, procure ajuda de um médico especialista em dor, de preferência, que atue em parceria com uma equipe multidisciplinar.
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