Segundo a IASP ( Associação Internacional para o Estudo da Dor) a dor é “uma experiência sensorial e emocional aversiva causada por, ou assemelhando-se a uma experiência causada por, lesão real ou potencial”.
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De uma forma prática, a dor pode ser caracterizada quanto a sua intensidade: fraca, moderada e forte; quanto ao seu tempo de duração: em aguda ou crônica; e quanto ao mecanismo gerador de dor: nociceptiva ou neuropática
Neste artigo, aprenda a classificar sua dor. Veja, também, como tratá-las para virar o jogo e melhorar a qualidade de vida!
Quais são os principais tipos de dor?
Quanto ao tempo de duração:
- Agudas: costumam ser intensas e duram por um tempo relativamente curto, normalmente ocorrem após um trauma inicial, seja por uma batida, um corte ou após um procedimento cirúrgico. Costuma desaparecer após a cicatrização do ferimento.
- Crônica: todas as dores que perduram por 3 meses ou mais. Pode variar de leve a intensa, e costuma atrapalhar a vida do paciente se não for bem tratada.
Quanto ao mecanismo gerador:
- Dor nociceptiva ou inflamatória: manifesta-se quando ocorre uma lesão, seja na pele, ossos, músculos, ligamentos e órgãos internos. Nesses casos, as vias dolorosas, ou seja, os receptores respondedores a estímulos dolorosos são ativados, levando a uma resposta inflamatória no nosso organismo. Costuma responder bem a analgésicos simples e anti-inflamatórios.
- Dor neuropática: definida como dor causada por lesão ou disfunção do sistema nervoso. Esse tipo de dor, geralmente está associado a algumas patologias, como: esclerose múltipla, neuralgia do trigêmeo, síndrome do túnel do carpo, tumores, diabetes, AVC, herpes zoster, entre outros.
Como pode ser feito o tratamento da dor?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe alguns padrões de analgesia para as dores. A chamada escada analgésica consiste em quatro degraus com medicamentos, sugeridos de acordo com a intensidade da dor relatada pelo paciente.
Primeiro degrau
Nesse estágio, as dores são consideradas fracas. A OMS recomenda abordá-las com analgésicos simples (dipirona e paracetamol) e, se preciso, anti-inflamatórios).
Segundo degrau
No segundo estágio as dores são moderadas. Por isso, opioides fracos (tramadol/codeína) podem ser associados a analgésicos ou anti-inflamatórios, geralmente, ministrados no primeiro degrau.
Terceiro degrau
No terceiro estágio as dores são mais fortes, necessitando de opioides potentes (como a morfina). A associação a analgésicos ou anti-inflamatórios pode, ou não, ser necessária.
Quarto degrau
No quarto estágio as dores são bastante intensas. Para aliviá-las, utilizam-se procedimentos invasivos, como bloqueios nervosos.
Outras medidas
Medicamentos adjuvantes, como são chamados os antidepressivos, por exemplo, podem fazer parte do arsenal terapêutico das dores, tanto agudas quanto crônicas em qualquer etapa do tratamento da dor, independentemente do degrau em que se encontra o paciente.
Ao mesmo tempo, as terapêuticas complementares (não medicamentosas) como a fisioterapia, psicoterapia, terapia nutricional, exercícios físicos, e mudanças de hábito de vida também exercem um papel fundamental no tratamento das dores.
Como a escada analgésica funciona?
Para acertar na prescrição, os médicos usam escalas de mensuração da dor. Na prática, perguntam aos pacientes qual nota dariam para o que estão sentindo, em uma escala de zero a dez.
Em dores agudas, a escada analgésica costuma ser usada de forma descendente, partindo do terceiro ou do segundo degrau. Já para dores crônicas, o protocolo é começar pelo primeiro degrau. Apenas quando o alívio não ocorre, iniciam-se as medidas indicadas nos patamares acima.
Como são os tratamentos para dor?
Os tratamentos para dor se baseiam em cuidados multidisciplinares. Por exemplo: o uso de analgésicos e anti-inflamatórios associados a antidepressivos, bem como atividades físicas, massagens, acupuntura e/ou acompanhamento psicológico e emocional, têm se mostrado eficaz no tratamento da fibromialgia. Dessa forma, existem:
- tratamentos não-medicamentosos, os quais recomendam a prática regular de exercícios físicos, fisioterapia, acupuntura, terapias comportamentais, entre outros;
- tratamentos adjuvantes, nos quais são prescritos antidepressivos ou relaxantes musculares;
- tratamentos medicamentosos, os quais se valem de analgésicos, anti-inflamatórios, opioides e, quando necessário, fármacos adjuvantes;
- tratamentos invasivos e cirúrgicos, indicados apenas em casos específicos.
Assim, o tipo de dor, bem como o histórico e o comprometimento de cada paciente, é o que define a estratégia de tratamento. Quando agudas, desde que cuidadas adequadamente, as dores logo desaparecem. Mas quando se trata de dores crônicas, é preciso administrar os sintomas e aprender a conviver com o problema — mas isso deve ser feito de forma positiva, com o menor impacto possível sobre a sua vida!
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