Dor na coluna: conheça os gatilhos e principais causas

Dor na coluna: conheça os gatilhos e principais causas

Publicado em 01/nov/20

Dor na coluna não é tudo igual. Dependendo da área acometida, pode se tratar de uma lombalgia, cervicalgia ou dorsalgia. Além disso, sintomas e intensidades variam conforme as causas. Sem falar na duração, que pode ser de apenas alguns dias (caracterizando-a como dor aguda) ou se prolongar (sendo classificada como dor crônica, após três meses).

Neste artigo, mostramos como se dá essa relação. Para saber mais sobre os principais tipos de dores nas costas e o que leva ao seu desencadeamento, continue a leitura!

Quais são as principais causas para a dor na coluna?

Muitas vezes, a cronicidade da dor na coluna pode estar relacionada a alguma síndrome ou doença. A síndrome dolorosa miofascial, por exemplo, gera pontos de irritabilidade no corpo todo, inclusive, nas costas. Tratam-se dos conhecidos “nós” de contratura muscular (trigger points ou pontos-gatilho), os quais latejam quando apalpados.

Outra doença bastante relacionada à dor nas costas é a hérnia de disco. Isso porque, ela comprime as raízes dos nervos ligados à coluna.

O reumatismo é mais uma condição que tem a dor nas costas como sintoma frequente. A artrose na coluna lombar, além da própria dor, caracteriza-se por vermelhidão e inchaço local.

Outro exemplo é a lombociatalgia, uma lombalgia com componente neuropático, que desencadeia dores muito intensas e desproporcionais ao estímulo. Por serem irradiadas, além de atingirem as costas, o sintoma costuma ser sentido nas pernas.

Alguns tipos de câncer, como do pâncreas, colorretal, de ovário ou de medula óssea, também geram dor na coluna. Ela tanto pode ser causada pelo próprio tumor, que pressiona algum nervo, órgão ou osso na região, como por outros fatores, incluindo exames e tratamentos oncológicos.

Quais são os principais gatilhos para dor na coluna?

Sabe-se que o estilo de vida contemporâneo tem responsabilidade sobre o aumento do número de pessoas com queixas de dores na coluna. Entre os principais fatores desencadeantes, destacam-se:

  • a má postura e a falta de ergonomia no dia a dia;
  • o sedentarismo, que enfraquece as articulações da coluna;
  • o sobrepeso, que sobrecarrega as articulações da coluna;
  • a má qualidade do sono, por conta de uma posição inadequada ao dormir;
  • o tabagismo, que acelera a degeneração da coluna;
  • passar muito tempo sentado ou muito tempo em pé;
  • as mudanças climáticas bruscas, que aumentam a contratura muscular (por conta do frio);
  • as questões emocionais e psicológicas, bem como os estresses imunológicos, infecciosos e hormonais.

Dor unilateral na coluna lombar: o que pode ser?

Muita gente tem dúvida se o lado no qual a dor se localiza na coluna faz diferença na gravidade do problema. Mas o fato de senti-la unilateralmente (como uma dor na lombar direita ou uma dor na lombar esquerda) não deve ser, em si, motivo de preocupação.

Como mostrado, a dor na coluna não decorre, necessariamente, de patologias nos órgãos e estruturas corporais mais próximos. Em certos casos, no entanto, ela pode ter relação. Sendo assim, a dor na lombar localizada à direita ou à esquerda pode ser:

  • devido a uma patologia nos discos intervertebrais, caso a pessoa tenha essas estruturas posicionadas mais para um ou outro lado;
  • por conta de uma infecção nos rins (pielonefrite), geralmente associada a mal-estar geral, com febre, náuseas e vômitos;
  • decorrente de um cálculo renal existente no rim direito ou no esquerdo, a qual gera uma dor lombar unilateral excruciante (muitas vezes, a pior dor já sentida pelo indivíduo) e que pode ser irradiada para um dos flancos e virilha.

Como saber se a dor na coluna é musculoesquelética ou associada a doença renal?

Geralmente, quando lombalgia atrapalha ou inviabiliza os movimentos e determinadas posições, trata-se de uma dor musculoesquelética. Além disso, muitas vezes, ela se irradia para outras partes do corpo, principalmente membros inferiores.

Já quando a dor na coluna não piora ao sentar, deitar e levantar, mas tampouco melhora com repouso, é preciso investigar a possibilidade de alguma doença. Nesse tipo de situação, sintomas como febre, vômitos, sangue na urina e falta de apetite costumam estar associados.

Assim, a única forma de ter um diagnóstico preciso e proceder com o tratamento adequado é consultar um médico especialista em dor. Dependendo da maneira como for abordada, a dor na coluna pode se cronificar ou melhorar — comprometendo a saúde ou devolvendo a qualidade de vida ao paciente!

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Material escrito por: Dra. Paula Benedetti

Anestesiologista especialista em Dor. Formada em medicina pela Universidade Federal de Rio Grande (FURG). Realizou sua residência médica em anestesiologia na Fundação Universitária de Cardiologia (IcFUC) e no Centro de treinamento SANE/SBA, em Porto Alegre(RS). Seus estudos focados no tratamento da dor foram realizados com os cursos de pós-graduação em dor crônica, no Hospital Israelita Albert Einstein, e no Curso de Intervenção em Dor na Singular- Centro de controle da dor.

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