Da prevenção ao tratamento: como aliviar a dor de cabeça?

Da prevenção ao tratamento: como aliviar a dor de cabeça?

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Publicado em 17/set/20

A maioria das pessoas reconhece os sintomas das dores de cabeça. Para muitos, a sensação latejante, de pressão, formigamento, queimação ou parecida com pontadas se torna bastante familiar a partir da vida adulta. O incômodo se manifesta atrás dos olhos, nas laterais da cabeça, testa ou nuca, atingindo, muitas vezes, mais de uma área.

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Neste artigo, mostramos o que fazer para diminuir, ou acabar, com a dor de cabeça. Continue a leitura e descubra como aliviar a dor de cabeça!

Quais são os tipos de dor de cabeça mais comuns?

As dores de cabeça podem ser primárias ou secundárias. Nas primárias, o sintoma é a própria doença. Já nas secundárias, a dor de cabeça é sintoma de outra patologia — de doenças benignas, como sinusites, a graves, como tumores cerebrais.

Felizmente, as dores de cabeça primárias são mais comuns. Entre elas, há 3 tipos mais frequentes, que correspondem a 90% dos casos. Conheça-os a seguir.

Cefaleia tensional

A cefaleia tensional é a dor de cabeça mais comum. Manifesta-se como um incômodo bilateral, sentido como uma sensação de pressão no crânio, não pulsátil, com intensidade fraca a moderada.

Muitas vezes, é associada à musculatura da cabeça, pescoço e ombros tensas. Porém, não costuma ser acompanhada de náuseas e vômitos. Além disso, não piora com a prática de atividades físicas.

As mulheres são as mais acometidas, sendo o estresse o principal desencadeador. De acordo com a frequência, as cefaleias tensionais podem ser classificadas em:

  • infrequentes (menos de 1 episódio por mês);
  • frequentes (de 1 a 14 episódios por mês);
  • crônica (acima de 15 episódios por mês).

A duração de cada episódio varia de 30 minutos a uma semana. Falta de apetite, insônia, irritabilidade, fadiga e dificuldade de concentração estão entre os sintomas concomitantes.

Enxaqueca ou migrânea

A enxaqueca (ou migrânea) é uma doença crônica e, muitas vezes, incapacitante, que leva a prejuízos na vida pessoal e profissional. Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), ela atinge 15% da população mundial.

No Brasil, estima-se que mais de 30 milhões de pessoas sofram com o problema. A maioria são mulheres, com idades entre 20 e 40 anos.

A enxaqueca se caracteriza por uma dor unilateral e pulsante, com intensidade moderada a forte. Os episódios podem durar de 4 a 72 horas, quase sempre com náuseas e vômitos. Às vezes, também provocam tonturas.

Cerca de 20% dos pacientes apresentam enxaqueca com aura, um sintoma que antecede a dor. Trata-se de pontos ou raios brilhantes no campo de visão, acompanhado de formigamento em alguma parte do corpo.

Atividades físicas pioram o quadro, assim como escovar os cabelos, por conta da hipersensibilidade do couro cabeludo. Outra característica da enxaqueca é que, durante as crises, a pessoa se sente incomodada com a luz forte e o barulho.

Cefaleia em salvas

A cefaleia em salvas é a menos comum e a mais severa dos três tipos. Ela provoca crises fortíssimas, por vezes, excruciantes, que duram de 30 minutos a 3 horas. Os episódios podem ocorrer várias vezes em um mesmo dia ou se estender por semanas.

Mais comum em homens, a dor tem início abrupto, é sempre unilateral e ocorre na região dos olhos. Associa-se com vermelhidão nos olhos, lacrimejamento, congestão nasal, coriza, entre outros sintomas.

Quais são as causas das dores de cabeça?

As causas das dores de cabeça primárias não são bem esclarecidas. Muitas vezes, têm relação com os hábitos de vida. Entre os comportamentos que podem desencadeá-las, aparecem:

  • má alimentação, especialmente o consumo de ultraprocessados;
  • excesso de álcool e desidratação (pouca ingestão de água);
  • tabagismo;
  • jejum prolongado;
  • sedentarismo;
  • fumaça e fragrâncias;
  • estresse.

Além disso, a dor de cabeça pode ser sintoma de alguma doença. Por exemplo: obesidade, transtornos de humor (depressão e ansiedade), disfunção temporomandibular (DTM ou ATM), entre outras. Assim, eliminar os fatores de risco e tratar as doenças associadas é a melhor forma de prevenção.

Como são os tratamentos para a dor de cabeça?

O tratamento para a dor de cabeça é multidisciplinar, sendo que cada tipo dor exige um cuidado específico. Além do médico especialista em dor, a equipe pode ser composta por um neurologista, psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, educador físico, odontologista, entre outros profissionais.

De maneira geral, são administrados analgésicos simples para aliviar as crises. No entanto, quando a dor de cabeça se torna crônica ou as crises são incapacitantes, pode ser feito uma abordagem profilática, com o uso de medicamentos para evitar que o problema apareça ou que, pelo menos, seja menos intenso.

Além da prescrição medicamentosa, o especialista ainda pode indicar procedimentos para a neuroestimulação periférica, bloqueios anestésicos, aplicação de toxina botulínica, oxigenioterapia, acupuntura, entre outras técnicas. A abordagem varia de acordo com as necessidades de cada paciente.

Como aliviar a dor de cabeça?

A dor de cabeça esporádica e sem doenças associadas pode ser aliviada com mudanças de hábitos. Por isso, adote um estilo de vida saudável: coma bem, faça atividades físicas regularmente (principalmente, exercícios posturais, respiratórios e de relaxamento), cuide da postura e durma bem.

Em relação à automedicação, é melhor evitar. Até mesmo analgésicos comuns, se usados mais de duas vezes por mês, podem acarretar em problemas maiores, agravando os sintomas e aumentando a frequência dos episódios dolorosos.

E quando a dor de cabeça não passa?

A cefaleia é a sétima doença mais incapacitante em todo o mundo. No Brasil, dados recentes apontam para 140 milhões de pessoas afetadas. Mas apesar de as dores de cabeça serem comuns, sentir dor nem sempre é normal.

A SBCe orienta que pessoas com três ou mais episódios por mês devem buscar ajuda. Consultar um especialista é a melhor forma de investigar e tratar as causas do problema, para recuperar a qualidade de vida.

Então, não deixe para procurar ajuda somente quando a dor de cabeça já tiver se tornado crônica e não puder mais ser erradicada. Da prevenção ao tratamento, quanto mais cedo, melhor o prognóstico!

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Material escrito por: Dra. Paula Benedetti

Anestesiologista especialista em Dor. Formada em medicina pela Universidade Federal de Rio Grande (FURG). Realizou sua residência médica em anestesiologia na Fundação Universitária de Cardiologia (IcFUC) e no Centro de treinamento SANE/SBA, em Porto Alegre(RS). Seus estudos focados no tratamento da dor foram realizados com os cursos de pós-graduação em dor crônica, no Hospital Israelita Albert Einstein, e no Curso de Intervenção em Dor na Singular- Centro de controle da dor.

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