Ainda há quem pense que viver com dor é normal. Também há os que aceitam essa condição depois de buscar, sem sucesso, ajuda médica — infelizmente, acontece. Pode até parecer uma prova de autocontrole e resistência, mas tanto sofrimento não vale a pena. Afinal, a dor intensa e contínua leva a limitações físicas e inaptidões no trabalho, bem como a uma série de problemas psicossociais. Ou seja, afeta, diretamente, a vida pessoal e profissional. Um sacrifício em vão!
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Mas não precisa ser assim. Afinal, os avanços na medicina não param e já existem diversos tratamentos para quem sente muita dor. É exatamente sobre isso que vamos falar neste artigo. Continue a leitura e confira!
Quais são as principais diferenças entre dores agudas e crônicas?
Um dos fatores que diferenciam a dor aguda da dor crônica é a duração. A periodicidade, aliás, é usada na classificação das dores, assim como sua localização, tipo (difusa ou localizada) e intensidade (fraca, moderada ou forte).
A dor aguda permanece por um certo período, mas vai embora. Sua duração varia de instantes a semanas: depende do diagnóstico e do tratamento adequado.
Geralmente, tem origem em lesões em tecidos ou órgãos, decorrentes de traumatismos, infecções ou inflamações. Por isso, a dor aguda é considerada um sinal de alerta.
Já a dor crônica é prolongada. Para ganhar esse título, precisa existir há, pelo menos, 3 meses. Sua origem está, quase sempre, associada a uma dor aguda não tratada ou a uma doença crônica pré-existente.
Além disso, a dor crônica costuma ser influenciada por fatores psicológicos, cognitivos, neurofisiológicos, comportamentais, entre outros. Segundo a Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), ela não tem nenhuma função no organismo, sendo considerada uma doença.
Ainda de acordo com a SBDE, a dor crônica afeta de 20 e 40% da população mundial em algum momento da vida. No Brasil, os casos de dores nos membros superiores são os mais incidentes (totalizando 21,6% dos pacientes). Em seguida, vêm as dores de cabeça (19,1%) e as dores nos membros inferiores (18,3%).
Quais são os tratamentos indicados para quem sente muita dor?
Os tratamentos para quem sente muita dor são sempre multiprofissionais. Quando necessário, pode-se fazer o controle medicamentoso, por meio da administração de:
- analgésicos opioides (tramadol, morfina, codeína etc);
- analgésicos não-opioides (anti-inflamatórios não esteroidais, como ácido acetilsalicílico, paracetamol e dipirona) e
- medicamentos adjuvantes (relaxantes musculares, antidepressivos e anticonvulsivantes).
Mas antes de definir a estratégia de tratamento, o nível de dor é diagnosticado com base na escada analgésica. Em casos considerados fortes (terceiro degrau da referida escada), os médicos utilizam opioides potentes associados, ou não, a analgésicos e anti-inflamatórios.
Em quadros ainda mais intensos (quarto degrau da escada analgésica), recorrem a procedimentos intervencionistas. É o caso dos tratamentos orientados por:
- Bloqueios em pontos-gatilho (aplicação de anestésicos tópicos em áreas de contratura muscular);
- Bloqueios de nervos periféricos (geralmente, realizados em dores decorrentes de tratamentos cirúrgicos);
- Bloqueios na coluna (para amenizar dores nas costas);
- Bloqueio venoso simpático (para melhorar a dor difusa, em pacientes com fibromialgia, por exemplo);
- Infiltrações intra-articulares (injeções com anti-inflamatórios em áreas intra-articulares, como em pacientes com artrite reumatoide).
Também existe a abordagem não-medicamentosa para o tratamento da dor. Trata-se da realização de terapias complementares e integrativas, tais como atividades físicas, fisioterapia, reeducação postural e do movimento, terapia cognitiva comportamental, acupuntura, massagem, entre outras.
Qual é a importância da mudança de hábitos no sucesso dos tratamentos?
Livrar-se dos maus hábitos e adotar um estilo de vida saudável é parte essencial do tratamento para dor. Isso ajuda a prevenir o aparecimento de doenças crônicas, como a obesidade e a hipertensão, que, por sua vez, agravam as dores.
Para ter sucesso no tratamento, o paciente deve se comprometer em:
- manter uma alimentação saudável, minimizando o consumo de produtos processados e ultraprocessados;
- cuidar da saúde mental, investindo em técnicas de relaxamento para o controle das emoções (principalmente, da ansiedade e do estresse);
- praticar exercícios físicos regulares, para que o sistema opioide endógeno induza, naturalmente, a analgesia dos sintomas dolorosos.
Sendo assim, se você está em busca de um tratamento para muita dor, atente-se à formação do médico. Um especialista em dor é o profissional mais indicado para diagnosticar a origem do problema, elaborar uma estratégia de abordagem personalizada e conduzir a equipe multidisciplinar envolvida no processo de melhora.
Se quiser saber qual o tipo de tratamento mais indicado para o seu caso, mande uma mensagem no Facebook ou Instagram da Dra. Paula Benedetti. Já se você for de Blumenau e região, agende uma consulta para conversarem pessoalmente!